Decorreu no 24 de setembro o VII Encontro das Jornadas “Envelhecer +”, na Biblioteca Municipal de Espinho.
Nesta sessão a temática abordada foi “Comunicação no Idoso” e contamos com a presença do Dr. Jorge Vinagre da USF de Espinho, da Dra. Paula Cristina Faria (Docente e Terapeuta da Fala da ESS do Porto) e da D. Maria Gabriela Faria, cuidadora. Desde já, o nosso sincero agradecimento pela disponibilidade e excelência dos testemunhos.
Principais reflexões:
- Foram abordados os elementos fundamentais da comunicação (emissor, meio, mensagem, recetor);
- As principais perturbações da comunicação (afasia, disartria, apraxia…) e perturbações da deglutição (disfagia e presbifagia) que podem ser despoletados por doenças neurodegenerativas;
- Tipo de ouvintes;
- Principais temas de conversação utilizados com o idoso no âmbito de uma consulta médica (necessidades, tempo, sentimentos, envelhecimento, qualidade de vida, isolamento, família, institucionalização, medos, doenças, dependências, polimedicação, tratamentos…). Foi mencionado a dificuldade que se tem em transmitir alguma informação de forma a que o idoso compreenda.
- O tempo de consulta e a burocracia inerente são condicionadores.
- Transmitir más notícias requer bastante treino e sensibilidade.
- Deu-se enfoque ao papel do cuidador, capacitando os presentes com estratégias ao nível da comunicação, alimentação e cuidados de higiene e imagem. É importante delegar tarefas e partilhas ensinamentos e cuidados para promover o bem-estar físico e psicológico. Devemos avaliar e ajustar a intervenção aos interesses e necessidades dos idosos.
- Foi unívoco os oradores considerarem que o recurso a técnicas de relaxamento ou de medicinas alternativas potenciam a comunicação.
Estratégias comunicacionais:
- Devemos comunicar primeiro em silêncio;
- Tem que existir um equilíbrio entre o sentir, falar e reagir;
- É importante a comunicação eficaz e a escuta ativa;
- Falar devagar;
- Posicionar-se em frente e à mesma altura;
- Utilizar frases pequenas com pausas para dar tempo que a informação seja processada no cérebro;
- Utilizar apenas palavras importantes e necessárias;
- Estar disponível;
- Interpretar gestos (por tentativa erro);
- Utilizar pistas verbais;
- Não devemos infantilizar a linguagem;
- Interesse empático;
- Devemos respeitar as diferenças;
- Falar sobre temas de interesse;
- Controlar as interferências (ruídos, iluminação…);
- Avaliar necessidade de tecnologias de apoio (prótese auditiva ou óculos)…
“Ouvir com mais paciência, falar com mais doçura”.
Neste encontro contamos com a presença de mais de 45 participantes, respondendo 40 participantes ao questionário sobre a importância e a qualidade desta intervenção.
Os resultados indicam um grau de satisfação geral de 97% (gráfico 1) demonstrando que estas ações continuam a revelar-se de extrema importância para a comunidade, tendo todos os objetivos sido atingidos.
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